Uma linda viagem por Bohemian Rhapsody

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Cara…. que coisa incrível! Sabe o que é estar sentado em uma cadeira, ouvindo uma linda canção e de repente se ver fazendo uma viagem ao mundo mágico da imaginação? Ver cores, cenários, pessoas e situações materializarem-se diante de seus olhos, dar vida àquilo que está em sua mente, sem que nada esteja verdadeiramente ali, na sua frente, inspirado pela criatividade de artistas que possuem a capacidade de dar vida aos sentimentos mais profundos da alma. E ter como narrador desta aventura o Luciano Pires, do Café Brasil, é um verdadeiro privilégio. Foi assim que resolvi escrever este post.

Se não me engano, conheci o Luciano Pires nos meus tempos de Ensino Médio, provavelmente lá pelos anos 2003/2004, já há 10 anos (nem fazia ideia que já se passou tanto tempo…. 1 década!). Eu acordava bem cedo pra pegar buzão e trem para ir pro CEFET e minha companhia era o Transamérica Transnotícias. Adorava ouvir o programa e lamentei muito quando mudei de rotina e não consegui mais acompanhar.

Hoje cedo eis que recebo uma mensagem via WhatsApp de meu amigo Alex Mansour me recomendando o programa 455 - Bohemian Rhapsody Revisitada do Café Brasil. O episódio faz parte da comemoração pelos 10 anos do programa. Acho que foi uma boa hora pra reencontrar o amigo Luciano Pires. Porque é assim que nos sentimos quando recebemos de alguém um presente inesquecível.

bohemian rhapsody cafe brasil

Meu presente foi uma linda interpretação da canção composta pelo líder do Queen. Luciano Pires faz a leitura da música de um jeito todo especial, típico dele, para contar a trajetória do protagonista, o processo de gravação, as misturas inéditas de gêneros musicais, as referências literárias e como que esta música tocou a tantas pessoas. No decorrer do programa são apresentadas versões da música nos mais diversos estilos, o que torna a viagem ainda mais rica.

É uma pena não sermos testemunha hoje de criações tão profundas, tão rica em referências clássicas. Não tiro o valor da arte contemporânea, mais especificamente da música, mas não encontramos mais um hit pop com um valor cultural como Bohemian Rhapsody. Como disse Ferreira Gullar, citado por Luciano Pires em seu roteiro, “estamos vivendo uma época em que os valores culturais vêm sendo substituídos pelo entretenimento. A mídia transforma tudo em entretenimento. O único valor que existe é a notícia, a novidade sob forma de notícia. E isso é uma ameaça ao ser humano porque esse pessoal jovem que está sendo manipulado pela mídia não se preocupa, em sua formação literária, com a experiência do que seja a obra de arte, que não é uma realização gratuita, mas uma necessidade profunda do ser humano. E o que acontece? Acontece que, quando se esgota o mito da juventude e o sujeito já não tem mais como pular o rock na praia de Ipanema, quando acaba tudo isso e ele começa a “bater pino”, não tem para onde se voltar porque lhe falta a verdadeira experiência da arte””. Pelo comodismo natural da espécie humana, preferimos o conforto do entretenimento ao entropismo da reflexão sobre artes mais profundas. No fim das contas, como diria Drummont em seu poema “O Homem; as Viagens” - o meu favorito:

Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
(...)

Fica aqui minha sugestão pra hoje: ouvir o programa 455 - Bohemian Rhapsody Revisitada do Café Brasil, por Luciano Pires. E gostando, convido você a voltar aqui no post e deixar seu comentário :)

Última modificação em Sexta, 22 Mai 2015 14:37
Eugênio Telles

Eugênio Telles